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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Globo só "descobre" Indiano que esteve com Lula, depois dele ganhar premio Nobel.

Kailash Satyarthi visitou o Instituto Lula em 06/12/2013,
antes de ganhar o prêmio Nobel

Kailash Satyarthi é o indiano que ganhou o prêmio Nobel da Paz de 2014. Só depois disso o programa Fantástico, da TV Globo, enviou a jornalista Poliana Abritta à Índia para entrevistá-lo.

Mas a TV Globo não se interessou em entrevistá-lo quando ele esteve no Brasil em dezembro de 2013, antes de ganhar o prêmio, e visitou o presidente Lula em seu Instituto.

Kailash é um engenheiro elétrico que tornou-se ativista desde a década de 80 liderando a Marcha Global contra o trabalho infantil.

No encontro com Lula, o indiano elogiou o Bolsa Família e outros programas que ajudam direta ou indiretamente na luta contra o trabalho infantil. Os dois são aliados no combate mundial ao trabalho infantil, ao trabalho escravo e à pobreza.

Talvez por sempre elogiar o Bolsa Família, nem mesmo o canal de notícias Globonews, das Organizações Globo, se interessou por entrevistá-lo em 2013.

Só depois do premio Nobel, o Fantástico se interessou em entrevistá-lo, mas não conseguiu escapar de levar ao ar os elogios de Kailash Satyarthi ao Bolsa Família:
“Quando você fala do Brasil, você pode ver a minha cara. É como a minha segunda casa. Eu amo o país, eu amo o povo. Alguns dos meus melhores amigos são brasileiros. Eu acho que o Brasil é um bom exemplo. É um modelo que pode ser replicado. A iniciativa da Bolsa Escola é muito interessante, tira as crianças do trabalho e coloca elas na escola. Há muitos esforços que precisam ser integrados: educação, luta contra o trabalho infantil, saúde, tudo pode ser convertido em um único esforço. Como o Bolsa Família, que pode ser utilizado em outros países”, disse Kailash na telinha da Globo.
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/11/liberto-mim-mesmo-diz-nobel-da-paz-que-salvou-80-mil-criancas.html
Em 2012, Kailash também esteve no Brasil no seminário Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Globo também não se interessou em entrevistá-lo.

Na oportunidade disse coisas que os "especialistas" que falam na Globo costumam considerar "bolivarianas" demais, tais como:
Se um em cada quatro norte-americanos decidirem que não mais apoiarão a compra de armamentos, poderemos resolver o problema de todas as crianças. O que os americanos gastam em cigarros é o suficiente para educar todas as crianças do mundo. Os europeus gastam muito em cosméticos; se apenas um em cada cinco decidisse não mais consumir cosméticos, poder-se-ia resolver a situação da educação no mundo. São gastos trilhões em cosméticos – dezesseis milhões bastariam para resolver o problema. E o que é desembolsado para resgatar os bancos? O que se gastou em dois anos? Apenas 0,02% do dinheiro que foi gasto ou dado para os bancos seria suficiente para educar todas as crianças do mundo.
(...)
O Brasil é uma das poucas exceções. Vocês provaram como vários ministérios podem trabalhar lado a lado. Outros têm que aprender com o Brasil. Como é que os ministros do Trabalho, do Desenvolvimento Social, da Educação, da Saúde podem trabalhar juntos? Tudo começou com o bolsa-escola e passou para o bolsa-família. O presidente Lula assumiu uma liderança forte nesse sentido, que continua no novo governo. Há convergência, há coordenação interministerial, e isso é algo que está faltando no mundo.
(...)
A sociedade e o governo brasileiro mostraram liderança. Isso é a prova de que há liderança e como a mobilização social funciona; como a convergência funciona; como a união funciona; como tantas outras coisas funcionam.
Não é suficiente levantar bandeiras das conquistas já realizadas. As pessoas me contam histórias do Brasil, dizem que está tudo muito bem. Não é só isso, isso não basta. Este é o momento de assumir a liderança.
Países como Índia, Brasil, China, Rússia, África do Sul – os BRICS – precisam construir um novo mundo sob sua liderança.
Abaixo o vídeo com a íntegra da palestra Kailash no TST em 2012:

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