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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

PGR desiste de delação com Andrade Gutierrez por que cita propina para Aécio Neves, mas não para Lula



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desistiu da complementação da delação da Andrade Gutierrez, que tem relações com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para os procuradores, os relatos da empresa sobre o tucano pouco acrescentariam ao que foi relatado pela Odebrecht e por Joesley Batista. 

A desistência ocorreu após procuradores receberem um não ao questionarem se haveria relatos de crime envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e em Brasília avaliam que sem Lula a complementação traria poucas novidades.

Após o acordo de delação fechado pela Andrade Gutierrez em 2015, os procuradores descobriram uma série de omissões no relato da empresa. Entre elas, havia o pagamento de suborno a Aécio por conta da obra da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro construída quando o tucano era governador de Minas Gerais.
Matéria completa da Folha. PGR desiste de novo acordo com Andrade Gutierrez

A pouco mais de um mês de deixar o cargo, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, enviou sinais de que não quer mais saber da complementação da delação da Andrade Gutierrez.

A desistência ocorreu após procuradores questionarem se haveria relatos de crime envolvendo o ex-presidente Lula e teles e receberem um não como resposta.

A avaliação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e em Brasília é que, sem Lula e sem teles, a complementação da delação da Andrade Gutierrez traria poucas novidades.

A empresa, que nasceu em Belo Horizonte, tem relações com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas os procuradores avaliam que os relatos dela sobre o tucano pouco acrescentariam ao que foi relatado pela Odebrecht e por Joesley Batista.

Os procuradores tinham interesse em três casos envolvendo empresas de telecomunicações porque a Andrade Gutierrez é uma das sócias da Oi e controlava a Telemar.

Os casos são os seguintes: 1) o investimento de R$ 5 milhões feito em 2005 pela Telemar na Gamecorp, empresa de Fábio Luis Lula da Silva, o filho mais velho de Lula; 2) a compra da Brasil Telecom em 2008 pela Telemar, negócio no qual o Banco do Brasil e o BNDES entraram com R$ 6,8 bilhões; e 3) a história narrada pelo publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, de que a Portugal Telecom pagou propina de 2 milhões de euros ao PT.

A Andrade Gutierrez negou aos procuradores que tenha havido crime nesses três episódios, segundo a Folha apurou. No caso da Gamercorp, por exemplo, a empresa sustenta que fez o investimento porque um concorrente, o banqueiro Daniel Dantas, tinha planos de se aproximar de Lula por meio de aportes na empresa do filho.

Há também o temor do grupo empresarial de que revelações sobre a Oi pudessem levar a empresa à bancarrota. A Oi está em recuperação judicial, com dívidas de mais de R$ 64 bilhões.

A Andrade Gutierrez fechou um acordo de delação em 2015, pagou uma multa de R$ 1 bilhão, mas, com outros acordos que foram feitos, os procuradores descobriram uma série de omissões no relato da Andrade Gutierrez.

Entre as omissões que foram detectadas pelos procuradores havia o pagamento de suborno a Aécio Neves por conta da obra da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro construída quando o tucano era governador de Minas Gerais. Faltavam também relatos sobre pagamento de suborno em obras como o Rodoanel e o metrô de São Paulo, contratadas durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

1 Comentários:

redomona disse...

ESTA É A IN-JUSTIÇA PODRE E CORRUPTA DE NOSSO BRASIL DITATORIAL! ATÉ TU JANOT?

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