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domingo, 10 de setembro de 2017

Empresário nega propina em caso do terreno do Instituto Lula



O empresário Dermeval de Souza Gusmão Filho, dono da construtora DAG, negou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que a operação para a compra de um terreno onde seria construído o Instituto Lula tenha envolvido pagamento de propina. Ele é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de ter sido "laranja" da Odebrecht na compra do espaço.

Ao falar durante duas horas, em Curitiba, ele afirmou que o negócio proposto pela Odebrecht era de interesse de sua empresa. Gusmão chegou a comprar, por R$ 7,1 milhões, o terreno na zona sul de São Paulo onde seria erguido o prédio, mas a obra não se concretizou e ele diz ter saído com prejuízo. Mas para o MPF, a aquisição da área teve dinheiro do "Setor de Operações Estruturadas", o departamento de propina da Odebrecht.

O empresário disse que adquiriu o terreno e descreveu a operação como um investimento comum no mercado da construção civil. Ele afirmou que foi procurado por Paulo Melo, ex-diretor-superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias, com uma "oportunidade de negócio" que lhe interessou.

Gusmão disse que só depois o empreiteiro Marcelo Odebrecht lhe contou que o objetivo era construir no local a sede da entidade ligada a Lula. Pelo acordo, a DAG faria a obra e depois a venderia para o instituto ou a alugaria. A Odebrecht, de acordo com o depoimento, não queria comprar o terreno porque se tratava de um "negócio pequeno" e sua aparição como interessada na compra da área poderia levar os proprietários a aumentarem o preço.

Ainda segundo Gusmão, a construtora queria evitar "exposição política", com o risco de "colar" sua imagem à de Lula. Além disso, "a tomada de frente da Odebrecht poderia inibir a boa vontade de outros grupos empresariais", disse Gusmão, numa referência à busca de doações que seria feita para viabilizar a obra e a implementação da entidade.

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